sexta-feira, 10 de julho de 2015

HOMENS NO DIVÃ


(*)Katia Horpaczky

Cada vez mais, problemas sexuais masculinos estão levando os homens a procurar terapia.
Atualmente, mais e mais homens procuram ajuda e conversam mais sobre suas dificuldades sexuais. Quais são as principais "queixas"? Alguns vem a pedido da esposa, outros por insatisfação pessoal, insatisfação com a performance, problemas de impotência e ejaculação precoce. Atualmente um fator novo tem surgido que é a falta de libido, por vários motivos. Um deles está associado ao fato de o mercado de trabalho estar mais competitivo. Um homem de mais de 40 anos tem de disputar com um jovem que fala várias línguas, é expert em computação e por aí vai. Junta-se a isso a insegurança masculina com relação à mulher atual, que está mais autônoma e independente financeiramente.
Homem sem dinheiro e posição sente que não é nada na nossa cultura, pois esses são os símbolos de masculinidade e potência sexual. Além disso, tem a insegurança e a pressão no trabalho para afetarem ainda mais o desejo sexual. Razão pela qual a procura por terapia aumentou com a eclosão da crise.

A principal queixa masculina com relação às mulheres, além da "agressividade" feminina, eles dizem que se sentem "usados" pelas mulheres, mas não no sentido sexual. Na opinião deles, o interesse feminino está no dinheiro, posição e prestígio dos homens.
A preocupação masculina em dar prazer à mulher vai respigar na vaidade do homem, que está associada à sua performance sexual. Afinal, ao conseguir dar prazer à mulher, ele se sente "o cara". No passado, porém, ter ereção e procriar eram suficientes para se acharem "o cara". Só que hoje não basta mais ele se ver assim. Agora a mulher também precisa enxergá-lo dessa maneira. Mas há ainda muito homem egoísta, que não está nem aí para o prazer feminino.

Hoje as mulheres estão mais exigentes na cama não adianta só "comparecer", tem de saber fazer a coisa certa. Mas também existe aquela que joga toda a responsabilidade pelo seu prazer no homem. Cobra um prazer que, na verdade, ela própria tem de buscar, se permitindo conhecer melhor o seu corpo para poder mostrar o que quer. Não existe super-homem, nem o parceiro deve adivinhar os desejos dela, pois cada ser humano é diferente do outro. Há centenas de lugares de excitação no corpo, mas tem muita gente que ainda acredita que sexo se resume apenas ao pênis e ao clitóris.

Ainda há muita dificuldade de diálogo entre casais,  porque ainda existe vergonha de falar um para o outro sobre os pontos eróticos do corpo. Por trás do comportamento mais solto de hoje, há muita dificuldade para se expressar na intimidade. As pessoas saem para transar, até têm quantidade de parceiros, mas não qualidade na relação. Quando sexo vira tema de conversa, geralmente na mesa de bar, acaba sendo motivo de piada ou sacanagem. A tendência é não se levar esse tema a sério, especialmente os homens. As mulheres conseguem se abrir mais com amigas íntimas.
Então vamos deixar a vergonha de lado, conversar mais com o parceiro e se necessário procure um psicológo, faça terapia!!!
Kátia Horpaczky
Psicóloga Clinica, Psicoterapeuta Sexual, Família e Casal.  katia@rodadavida.com.br


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