“A responsabilidade da tolerância está
com os que têm a visão mais ampla.” George Eliot
(*) Katia Horpaczky
Você é tolerante? O que significa
tolerância para você? A palavra tolerância provem do latim tolerantia,
que por sua vez procede de tolero, e significa suportar um peso ou a
constância em
suportar algo. Teve no passado, e com sentido negativo, a
função de designar as atitudes permissivas por parte das autoridades diante de
atitudes sociais impróprias ou erradas. Nos dias de hoje, pode ser considerada
uma virtude e se apresenta como algo positivo. É uma atitude social ou até
mesmo individual que nos leva não somente a reconhecer nos demais o direito a
ter opiniões diferentes, mas também de as difundir e manifestar pública ou
privadamente. Tolerância é uma das tantas virtudes , necessárias para
elevar o ser humano à condição de civilidade. Como virtude faz parte do
processo de desenvolvimento ético de indivíduos e grupos, cuja meta é manter a
"disposição firme e constante para praticar o bem".
Um breve levantamento histórico diz
que a palavra tolerância foi "parida" nos conflitos religiosos, no
séc. 16, na época das guerras religiosas entre católicos e protestantes. André
Lalande (Vocabulário técnico e crítico de filosofia. SP: M. Fontes,
1993), conta que "os católicos
acabaram por tolerar os protestantes, e
reciprocamente. Depois foi reclamada a tolerância em face de todas as religiões
e de todas às crenças". A partir do século 19, a tolerância estendeu-se
ao livre pensamento e, no século 20, passou a ser acordo internacional com
intenção de ser exercitada, através da Carta aos Direitos Humanos em 1948,
também através de algumas ONGs e de governos não totalitários.
Proponho aqui um importante
questionamento: a tolerância deve ter limites ou não?
Nossas
limitações são patentes. Não somos o que queremos, não fazemos tudo que
sonhamos, não temos o dom de estar onde desejamos. Dentro destes limites é que
nos movemos. Conhecer os limites pessoais e os dos outros - pois somos seres
que não se repetem - é uma tarefa que dura toda a vida. O limite também não é
algo estático, as pessoas mudam. Logo, o sistema de comunicação entre as
pessoas é algo dinâmico e tem suas "leis" próprias, que cabe a cada
um descobrir em cada
momento. Em vez de gastar tempo reclamando que não existe
comunicação, poderemos começar agora a empregar a comunicação e assim darmos
uma nova dinâmica nas nossas relações e também estabelecermos novas relações.
Não
ter tolerância com qualquer tipo de erro, de certa forma ajuda a resgatar o que
é próprio da personalidade humana: participação, unicidade, autonomia,
protagonismo, liberdade, responsabilidade, consciência, silêncio,
provisoriedade e religião. Höffner (1983).
(*) Kátia
Horpaczky
Psicóloga Clinica, Psicoterapeuta Sexual, Família e Casal
Contatos: katia@rodadavida.com.br
www.rodadavida.com.br
Psicóloga Clinica, Psicoterapeuta Sexual, Família e Casal
Contatos: katia@rodadavida.com.br
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