Ai, que
Saudade ....
(*) Katia Horpaczky
Saudades... recordações...
lembranças... por que será que nunca conseguimos resistir ao “nó na garganta”?
Podemos dizer
que nem tudo é melancolia, quando o coração aperta e vem aquele “nó” na
garganta, recordando um amor, uma fase da vida ou mesmo, um lugar.
A saudade pode
ser transformada num sentimento confortante, livrando-se do lado sombrio da
melancolia e ficando apenas com o lado bom e gostoso do que está longe, de quem
não está mais aqui... do que não volta mais.
“Ter saudade
até que é bom. É melhor que caminhar sozinho”.
Da
canção “Sonhos”, de Peninha.
Às vezes, basta
um cheiro, uma música ou uma palavra... E pronto! A saudade entra em ação,
trazendo muitos sentimentos com ela: tristeza, ressentimento, alegria,
amargura, esperança, desilusão... E um forte desejo de querer voltar no
tempo...
É
quando dizemos que a saudade dói, mas não é uma dor física, é uma dor no
coração, na alma. Sentir saudades é bom, mas precisamos aprender a abrir
espaços para novas experiências, vivências e pessoas.
Existem saudades que nos levam a
uma reavaliação de como estamos conduzindo a nossa vida, que pode estar muito
acelerada ou desconectada de nossas realidade e necessidades. Por exemplo:
sentir saudades de um amigo que mora na nossa cidade, não há necessidade de
manter essa saudade; é só reorganizar a rotina diária para ter um tempo de
ligar ou mesmo encontrá-lo. Isso vale para muitas outras saudades.
Quando se sente saudade de um
amor do passado com muita freqüência, a ponto de se tornar uma obsessão, é
momento de reavaliar a atual situação dos relacionamentos afetivos.
Essa pessoa amada do passado pode
estar sinalizando que alguma coisa está faltando hoje. Podemos avaliar se os
relacionamentos afetivos atuais possuem carinho, afeto, romantismo e até mesmo
a paixão que havia no antigo amor. Porém, se a saudade é de um ente querido que
faleceu, é importante avaliar o que essa pessoa representou e ainda representa
na nossa vida para que possamos lembrar dela sem ressentimentos ou idealizações
excessivas. O ente querido pode continuar a viver dentro de você com as coisas
boas que ele deixou.
Podemos permitir preencher o
espaço vazio com as relações atuais. No relacionamento com pessoas mais velhas,
por exemplo, podemos ter o apoio, o incentivo e até mesmo o “colo” que tínhamos
dos nossos pais. Não é esquecer ou substituir o ente querido por outro; é
amenizar a dor da falta, da perda, da solidão...
Havendo muita dificuldade em
superar a falta e a perda, a tristeza e a melancolia resultantes, podem
provocar doenças de fundo psicossomático e até mesmo a depressão. Isto porque
as nossas emoções influenciam diretamente o nosso organismo. O que pode ser feito é evitar os pensamentos
depressivos e procurar vivenciar a saudade de forma positiva, deixando de fora
a dor e a amargura, estimulando as recordações dos momentos alegres.
Não existe nenhuma química que
acabe com a saudade, mas você pode recorrer ao auxílio de um psicólogo para,
através de um processo de psicoterapia, reavaliar a sua vida e livrar-se da
tristeza e da dor.
(*)
Katia Horpaczky
é Psicóloga Clinica e Organizacional, Psicoterapeuta Sexual, Familia e Casal,
Especialista em Workshops Vivenciais e Jogos Organizacionais, Arte-Terapeuta,
Practitioner em
PNL. pelo Southern Institute of N.L.P. e pela Society of
Neuro Linguistic Programming.
E-mail:
katia@rodadavida.com.br
Tel: (11) 5573-6979
Tel: (11) 5573-6979
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