O
desejo de possuir e controlar o outro causa o ciúme, que causa ainda estresse,
crises de ansiedade e problemas de sono.
Esse
sentimento não é fácil. Dá uma sensação ruim, um medo de perder o outro,
difícil até de explicar, mas todo mundo sente, uma vez ou outra na vida,
especialmente quando está mais fragilizado, com a autoestima baixa. O ciúme é o
desejo que temos de possuir, de controlar o outro. A impressão é de que se isso
acontecer estaremos protegidos do abandono, mas é algo irreal, pois não
possuímos as outras pessoas, nem mesmo as mais próximas. Cada ser humano é dono
de si. O simples fato de alguém nos amar não significa oferecer um passe livre
para que possamos comandar seus atos, embora muitas vezes seja este o nosso
desejo, especialmente quando se trata de namorados.
Apesar de
comum em quem ama, não é sinônimo do sentimento, como explica a psicóloga Katia
Horpaczky*: “O ciúme surge por causa das inseguranças, fantasias e medos e pode
ameaçar e destruir relacionamentos.” Ela diz que, como passamos muito tempo
pensando em quem amamos, no que vivemos, na troca de carinho e prazer, sempre
construindo e reconstruindo a relação no nível do pensamento, muitas vezes
acabamos idealizando a relação. “E é aí que as coisas saem erradas, pois em
muitos casos há uma grande distância entre o que foi sonhado e a realidade”. E
surge o ciúme, pelo medo de perder a pessoa amada.
Durante a adolescência, as crises de
ciúme costumam ser mais freqüentes porque ainda estamos em processo de
amadurecimento e convivendo com muitas situações novas, que às vezes nos deixam
inseguros quanto à aceitação de nós pelos outros. Quem é do tipo controlador, desconfiado e
possessivo tende a ser ainda mais ciumento.
Se o ciúme exagerado que sente dos amigos, dos irmãos, dos
pais ou da namorada ou namorado está atrapalhando sua vida, é bom procurar o
aconselhamento de um psicólogo, que o ajudará a lidar com estas situações tão
desagradáveis. É importante cuidar desse lado porque ele não afeta somente
nossa vida afetiva. “O excesso tem forte impacto sobre a saúde, resultando em
estresse, crises de ansiedade e problemas de sono, como a insônia”, diz Katia.
Agora, se você
costuma ser o alvo do ciúme, em primeiro
lugar deve tentar compreender e dar a segurança ao outro. E, por favor, nada de
alimentar ainda mais a insegurança da pessoa simplesmente para se sentir o todo
poderoso. A sua vaidade pode machucar muito alguém, com conseqüências
imprevisíveis. “É um jogo perigoso. O ideal é manter uma relação baseada na
confiança, na cumplicidade e na troca, dando sinais e provas de amor”. Assim, fica mais difícil criar um ambiente
favorável para a instalação do ciúme, que pode trazer muita dor e sofrimento.
*Katia Horpaczky, psicóloga clínica, psicoterapeuta sexual e
de casal.
(11) 5573-6979
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