segunda-feira, 28 de outubro de 2013

O que eu faço com esta RAIVA?



(*) Katia Horpaczky

Ter problemas na relação conjugal é normal; anormal é não ter conflitos, porque estes fazem parte da vida. O conflito não é positivo nem negativo, depende de como cada um encara e resolve, ou não.

Os problemas pelos quais mais se costumam discutir podem ser vários: intimidade, sexo, relacionamento com pais, filhos, sogros, problemas financeiros, ciúmes, disputas, falta de apoio, falta de diálogo, conflitos de papeis, falta de companheirismo e cumplicidade etc. Em sua relação conjugal, qual de todos esses é seu calcanhar de Aquiles?

No casamento sentir raiva também é normal. A raiva é uma emoção, uma energia contida dentro de nós que se expressa quando surge uma dificuldade.

O que faço com esta raiva?

Apesar da raiva dentro da relação conjugal ser normal, precisamos aprender a lidar com ela.
Para ter paz, devemos canalizar essa emoção. A raiva é saudável quando surge e desaparece, quando é expressa corretamente. Tenha em mente que a raiva é uma emoção, mas a violência é uma conduta.
A raiva, muitas vezes, transforma-se em “raiva apaixonada não expressa”, “raiva guardada”, “rancor encapsulado”.
 “Vingança”... Casais nos quais, quando um dos  integrantes diz não ao pedido do outro, este responde: tudo bem.  Mas, na semana seguinte, é ele quem, diante de um pedido, dirá apaixonadamente, “por vingança”, que não.
Muitos casais transformam a raiva em gritos e ameaças, desenvolvem uma grande “hemorragia verbal”; são homens e mulheres que pensam que, quanto mais gritarem um com o outro, mais poder terão, se darão bem e a dificuldade será resolvida.

Algumas situações e condutas que demonstram como funciona a raiva mal expressa dentro da relação conjugal e as características  daqueles que maltrata:

1 – Homens que vivem menosprezando a mulher com palavras que machucam, cortantes: você é uma boba, não serve para nada, sem mim você não existe. Você é louca.
2 – Mulheres que maltratam seus parceiros fazendo que se sintam insignificantes, desvalorizando tudo o que fazem e ferindo sua masculinidade.
3 – Homens e mulheres que não sabem perguntar. Diante de um assunto a resolver só afirmam: “foi você”, “você fez de propósito”.
4 – Pessoas que vivem interpretando: “você é um mentiroso”.
5 – Casais que não sabem perguntar.

Que tal em vez de afirmar, perguntar?
Julgamos saber o que o outro pensa e sente, porém, muitas vezes, isso não é verdade. O mais conveniente é sempre perguntar. Não dê nada por certo.

1 – Colhe-se o que planta.
Se pretende que seu parceiro ouça e fale direito com você, primeiro deve agir assim.
2 – A pessoa maltratada tentará se vingar.
Quando você tratar mal, semeia rancor no coração do outro.

Quando você trata mal, está ativando a vingança no outro.

3 – O outro vai querer se afastar de sua vida.
Quando você maltrata dia após dia seu parceiro, perde credibilidade, confiança, respeito, Ninguém quer ficar com alguém que maltrata o tempo todo. Todos nós temos limites de paciência, e, quando se chega a ele, muitas vezes a relação já não tem volta.

Falta de empatia: é preciso saber se colocar no lugar do outro. Muitos casais discutem porque cada um acha que tem razão, e a razão não existe.

Valorizar-se é o segredo

Todos nós temos pontos fracos, e eles são conhecidos pelo parceiro, seja o homem ou a mulher quem exerce os maus-tratos. O parceiro conhece as partes mais vulneráveis do outro, e com certeza, a essa altura da crise, os maus-tratos já se tornaram um habito para esse casal, tanto para quem maltrata quanto para quem é maltratado. O que esse casal não consegue ver é essa forma desafortunada de tratar um ao outro acabar por roubar  saúde, os sonhos e as forças da relação.

Talvez você esteja se perguntando: o que eu fiz para merecer este parceiro? Há mulheres que dizem: “Por que fico sempre com os piores homens?”; “Por que, cada vez que namoro , escolho os homens mais infiéis... que me maltratam?; “Por que cada vez que escolho uma mulher, é uma que só quer saber de sustento financeiro?”

E o fato é que, quando uma pessoa não se ama, sempre vai escolher o pior para sua vida.
Uma pessoa que não sabe se amar, se valorizar e se respeitar aceita os maus-tratos do outro como algo normal.
Porém, quando um homem ou uma mulher sabe o valor que tem, nunca vai tratar o outro mal, nem se tratará mal.

Um casal saudável sabe que, quando os maus-tratos se repetem diariamente, estes acabam se tornando um hábito.

Não se amar atrai o negativo, não se esforçar para ser respeitado e respeitar o outro atrai os maus-tratos.
Você precisa não se conformar mais com essa situação, esforçar-se e sair dela. E, para isso, em primeiro lugar, é necessário que comece a amar a si mesmo, elevar a sua autoestima.

“Amar a si mesmo é o começo de uma aventura que durará a vida toda”. Oscar Wilde

(*) Kátia Horpaczky
Psicóloga Clinica, Psicoterapeuta Sexual, Família e Casal.
Tel: 11-5573-6979



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