(*)
Katia Horpaczky
Ter
problemas na relação conjugal é normal; anormal é não ter conflitos, porque
estes fazem parte da vida. O conflito não é positivo nem negativo, depende de
como cada um encara e resolve, ou não.
Os
problemas pelos quais mais se costumam discutir podem ser vários: intimidade,
sexo, relacionamento com pais, filhos, sogros, problemas financeiros, ciúmes,
disputas, falta de apoio, falta de diálogo, conflitos de papeis, falta de
companheirismo e cumplicidade etc. Em sua relação conjugal, qual de todos esses
é seu calcanhar de Aquiles?
No
casamento sentir raiva também é normal. A raiva é uma emoção, uma energia
contida dentro de nós que se expressa quando surge uma dificuldade.
O que faço
com esta raiva?
Apesar
da raiva dentro da relação conjugal ser normal, precisamos aprender a lidar com
ela.
Para
ter paz, devemos canalizar essa emoção. A raiva é saudável quando surge e
desaparece, quando é expressa corretamente. Tenha em mente que a raiva é uma
emoção, mas a violência é uma conduta.
A
raiva, muitas vezes, transforma-se em “raiva apaixonada não expressa”, “raiva
guardada”, “rancor encapsulado”.
“Vingança”... Casais nos quais, quando um
dos integrantes diz não ao pedido do
outro, este responde: tudo bem. Mas, na
semana seguinte, é ele quem, diante de um pedido, dirá apaixonadamente, “por
vingança”, que não.
Muitos
casais transformam a raiva em gritos e ameaças, desenvolvem uma grande
“hemorragia verbal”; são homens e mulheres que pensam que, quanto mais gritarem
um com o outro, mais poder terão, se darão bem e a dificuldade será resolvida.
Algumas
situações e condutas que demonstram como funciona a raiva mal expressa dentro
da relação conjugal e as características daqueles que maltrata:
1 – Homens
que vivem menosprezando a mulher com palavras que machucam, cortantes: você é
uma boba, não serve para nada, sem mim você não existe. Você é louca.
2 – Mulheres
que maltratam seus parceiros fazendo que se sintam insignificantes,
desvalorizando tudo o que fazem e ferindo sua masculinidade.
3 – Homens e
mulheres que não sabem perguntar. Diante de um assunto a resolver só afirmam:
“foi você”, “você fez de propósito”.
4 – Pessoas
que vivem interpretando: “você é um mentiroso”.
5 – Casais
que não sabem perguntar.
Que tal em vez de afirmar, perguntar?
Julgamos
saber o que o outro pensa e sente, porém, muitas vezes, isso não é verdade. O
mais conveniente é sempre perguntar. Não dê nada por certo.
1 – Colhe-se
o que planta.
Se pretende
que seu parceiro ouça e fale direito com você, primeiro deve agir assim.
2 – A pessoa
maltratada tentará se vingar.
Quando você
tratar mal, semeia rancor no coração do outro.
Quando você trata mal, está ativando a
vingança no outro.
3 – O outro
vai querer se afastar de sua vida.
Quando você
maltrata dia após dia seu parceiro, perde credibilidade, confiança, respeito,
Ninguém quer ficar com alguém que maltrata o tempo todo. Todos nós temos
limites de paciência, e, quando se chega a ele, muitas vezes a relação já não
tem volta.
Falta de
empatia: é preciso saber se colocar no lugar do outro. Muitos casais discutem
porque cada um acha que tem razão, e a razão não existe.
Valorizar-se é o segredo
Todos
nós temos pontos fracos, e eles são conhecidos pelo parceiro, seja o homem ou a
mulher quem exerce os maus-tratos. O parceiro conhece as partes mais
vulneráveis do outro, e com certeza, a essa altura da crise, os maus-tratos já
se tornaram um habito para esse casal, tanto para quem maltrata quanto para
quem é maltratado. O que esse casal não consegue ver é essa forma desafortunada
de tratar um ao outro acabar por roubar saúde, os sonhos e as forças da relação.
Talvez
você esteja se perguntando: o que eu fiz para merecer este parceiro? Há
mulheres que dizem: “Por que fico sempre com os piores homens?”; “Por que, cada
vez que namoro , escolho os homens mais infiéis... que me maltratam?; “Por que
cada vez que escolho uma mulher, é uma que só quer saber de sustento
financeiro?”
E
o fato é que, quando uma pessoa não se ama, sempre vai escolher o pior para sua
vida.
Uma
pessoa que não sabe se amar, se valorizar e se respeitar aceita os maus-tratos
do outro como algo normal.
Porém,
quando um homem ou uma mulher sabe o valor que tem, nunca vai tratar o outro
mal, nem se tratará mal.
Um casal
saudável sabe que, quando os maus-tratos se repetem diariamente, estes acabam
se tornando um hábito.
Não
se amar atrai o negativo, não se esforçar para ser respeitado e respeitar o
outro atrai os maus-tratos.
Você
precisa não se conformar mais com essa situação, esforçar-se e sair dela. E,
para isso, em primeiro lugar, é necessário que comece a amar a si mesmo, elevar
a sua autoestima.
“Amar a si mesmo é o começo de uma aventura que durará a vida toda”. Oscar
Wilde
(*)
Kátia Horpaczky
Psicóloga
Clinica, Psicoterapeuta Sexual, Família e Casal.
Contatos:
katia@rodadavida.com.br
Tel:
11-5573-6979
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